29/05/2012

Claudio Pastor lança Super SUP

O renomado shaper brasileiro, Claudio Pastor, é o criador da maior prancha de SUP no Brasil. Nada menos que 14 pés de altura e características que permitem grandes e velozes travessias aquáticas.
Esta produção não teve finalidade de bater recorde mundial e sim de aquecer o mercado nacional com novos materiais para alimentar ainda mais o Stand Up, modalidade que vem de fora e de grande sucesso, principalmente, no Hawaii.
Nesta entrevista, o shaper dá sua opinião sobre o Stand Up, as pranchas existentes no Brasil e no mundo e de como surgiu a ideia de fabricar a prancha mais extensa do esporte.
O início da prática do Stand Up Paddle Board foi voltado para surfar as ondas com auxílio de um remo. Fale um pouco de como se deu este processo de fabricar pranchas para entrar nas ondas remando em pé, além das suas dimensões e formatos.
Bem, comecei a shapear Stand Up Boards em 2006 para Eraldo Gueiros com o suporte de Kao Spillmann, do Wind Surf. As primeiras pranchas eram muito grandes e estreitas.
O mercado evoluiu e os modelos se adaptaram melhor ao momento atual. Hoje, temos três modelos principais: Stand Up Mix, que proporciona boa remada e é voltada para um surf de marola. São pranchas entre 9’5” e 11 pés, sendo mais largas para dar boa base ao iniciante no esporte e nas ondas. Além disso, também temos o Stand Up Surf e que hoje exibe uma tendência de pranchas realmente pequenas. Finalmente, o Stand Up Race consiste em pranchas longas para grandes travessias. Tanto em lagoas e represas como para alto-mar.
Como tem sido a evolução deste esporte nas ondas, bem como sua vertente para longas travessias?
Nas ondas, a coisa foi ainda mais rápida. As pranchas diminuíram muito, chegando a 8 pés ou até menos. Em minha opinião, menor que 8 pés fica difícil e perde a graça do esporte. Mas um bom tamanho que eu tenho feito para as pessoas que já estão andando bem é em torno de 8’4” e sempre com boa largura para facilitar a remada.
As pranchas de travessia, ou Stand Up Race Boards, são o lado oposto do Stand Up Surf. São pranchas superlongas, estáveis e velozes. A proa deste tipo de prancha se assemelha às canoas. Isso serve para facilitar a remada, pois este fundo funciona cortando o mar e isso gera uma aceleração maior facilitando o tempo nas regatas.
As Stand Up Race Boards são muito usadas em lagoas e também em alto-mar. Só que no mar, temos que montar fundos que também surfem vagas de alto mar.
Realmente é uma prancha muito complexa e o shaper tem que ter muita experiência para não errar no modelo e a pessoa ficar em uma situação critica em alto mar. Serve como aspecto de segurança a experiência de quem faz este tipo de prancha. Quanto mais experiente o shaper, mais segura será a travessia.
Você fabricou a maior prancha de SUP do Brasil. Como surgiu a ideia de construir uma prancha de Stand Up Paddle tão extensa e qual é a principal proposta aos praticantes desta que é considerada quase uma “embarcação”?
Bem, não tive a intenção de bater nenhum recorde. Soube que tratava-se da maior prancha de Stand Up feita no Brasil depois de ter feito a de 14 pés.
A intenção inicial era fazer uma prancha grande e com boa remada. Já tinha visto as de 14 pés Bark e Hobie vindas de fora. Fui desenvolvendo meu design, estudando modelos usados em regatas nos EUA e Havaí. Achei esta modalidade super especial e para pessoas realmente interessadas em navegar longas distâncias.
Um novo esporte se abriu e uma nova categoria ganhou força. Tudo isso aquece nosso mercado, assim como já aqueceu o mercado mundial de Stand Up Paddle Boards. No Havaí, isso é uma febre.
Mas ter feito a primeira ou uma das primeiras 14 pés no Brasil me deixou surpreso e ao mesmo tempo muito feliz por estar efetivamente ajudando a aquecer o nosso mercado. Com isso a gente vê que é possível termos produtos de alto nível fabricados em nosso país.
Lá fora, as pranchas feitas à mão têm um valor maior e isso está é valorizado também aqui no Brasil. As pessoas que entendem, sabem do que estou falando, “Hand Made”. É claro que a máquina de shape tem um valor enorme no mercado, mas as feitas à mão estão sendo mais valorizadas também.
Como você vê o futuro do surf e do SUP em relação às novas tecnologias de construção assim como materiais alternativos?
A tecnologia que eu tenho usado é a Keahana e trabalho com muito prazer com este novo material. O resultado é uma prancha mais leve e mais resistente com maior durabilidade.
No Stand Up não existem blocos de poliuretano para fazermos pranchas adequadas. São muito pesados e precisamos de um material leve e forte para isso. Com isso, o EPS caiu como uma luva. E a Keahana largou na frente não apenas no Brasil como em vários países ao mesmo tempo.
Eu vejo hoje como existe uma forte tendência da resina epóxi no mercado, e isto serve para todos os modelos de prancha. Os clientes ganham com as novas tecnologias porque podem estar em situações novas devido ao novo material.

Fonte: waves.com.br