29/05/2012

Tiago Monteiro com sua KEAHANA no North Shore

Depois de conhecer os picos mais famosos do mundo, o catarinense Tiago Monteiro, 32, tomou a decisão de mudar-se para o North Shore de Oahu, Hawaii.
Tiago faz parte da primeira geração de surfistas da praia do Rosa vive no arquipélago havaiano há 10 anos. Nesse tempo, conseguiu se destacar em algumas competições locais e chegou a representar o estado em eventos nacionais.
Em entrevista ao correspondente do Waves no Hawaii, Bruno Lemos, o surfista conta porquê decidiu morar no arquipélago, quais são seus planos para o futuro, como os brasileiros são visto no North Shore e muito mais.
O que levou você a vir morar no Hawaii? Como foi sua adaptação?
Minha vida sempre foi meio direcionada ao surf. Meu pai foi um dos primeiros surfistas do Sul do país e meu irmão surfa muito bem e mora na Austrália. Sou da primeira geração de surfistas da praia do Rosa. Lembro de torcer para alguém aparecer e eu não surfar sozinho. Viajei bastante o mundo antes de chegar ao Hawaii. Fui para Austrália, Califórnia, sete vezes a Indonésia, Peru e outros lugares. Percebi que o Hawaii é onde eu quero morar.
Há quantos anos está no North Shore e como você descreve este lugar?
Moro aqui há dez anos. Para mim não existe lugar melhor no mundo. Aqui tem muita onda, além de ser calor o ano todo e a água é cristalina.
O que mais impressionou você nestes dez anos?
Primeiro foi um terremoto e duas ameaças de tsunami. Depois fiquei impressionado com a temporada de 2009, quando o mar permaneceu com mais de 5 metros por um mês. Alguns dias, os policiais interditaram a rodovia, pois a série invadiam a pista. Nesta temporada também peguei a melhor onda da minha vida.
Como foram as competições fora do Brasil?
No ano passado tive a oportunidade de competir como amador local de Oahu e me qualifiquei para o circuito estadual. Ganhei a etapa e fui para o campeonato nacional para representar o Hawaii. Lá tive o prazer de surfar Lower Trestles, Califórnia, com mais 3 surfistas na água. Foi bem legal.
Como os brasileiros são vistos hoje em dia no North Shore?
Acho que aos poucos os brasileiros ganharam espaço por vários motivos. O principal foi melhorar a postura e ter mais respeito pelos locais. A ascensão do surf brasileiro com Danilo Couto, Gabriel Medina e Miguel Pupo também ajudou. Aqui no Hawaii tem uma geração de filhos de brasileiros que fazem parte da nova geração do North Shore. Uma molecada educada, com atitude e queridos por todos.
Você é pratica tow-in. Como você vê a preferência de muitos surfistas pela remada?
Eu acho que cada um faz o que curte. Respeito muito a galera da remada. Também gosto de remar e apoio este movimento. Mas adoro pegar minhas ondas de tow-in e passar o dia inteiro com uma prancha 5'8'' no pé.
Quais foram as maiores ondas que já viu no Hawaii?
Com certeza em 2009. Foi o ano do último Eddie Aikau. Um ano com ondulações grandes quase todos os dias.
Quais seus planos para o futuro?
Tento não fazer muitos planos. Ao mesmo tempo sei que nasci em um lugar muito especial no Brasil. Um dia vou voltar para a praia do Rosa, mas enquanto isso foco minha vida no trabalho, na minha mulher e no surf. Me considero um cara de sorte por ter esta vida e saber que tem outro paraíso com altas ondas e pessoas especiais me esperando no Brasil.





Fonte: waves.com